Ataques aéreos israelenses contra o Hezbollah no Líbano mataram pelo menos 356 pessoas e feriram mais de 1.200 na segunda-feira, informou o Ministério da Saúde do Líbano, no dia mais mortal de ataques israelenses no país desde pelo menos 2006, quando Israel travou uma guerra pela última vez com o grupo militante apoiado pelo Irã.  

O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, disse que desde a manhã de segunda-feira, caças israelenses atingiram mais de 1.300 alvos que ele disse serem afiliados ao Hezbollah, particularmente no sul do Líbano e no Vale do Bekaa. As principais estradas para Beirute, a capital, estavam congestionadas com pessoas fugindo para o que esperavam ser a segurança da capital, disseram testemunhas.  

Enquanto aviões de guerra israelenses corriam pelos céus do Líbano, o Hezbollah lançou sua própria barragem contra Israel. Sirenes de ataque aéreo soaram repetidamente enquanto cerca de 165 foguetes e outras munições cruzavam o território israelense, de acordo com o exército israelense. A maioria dos ataques foi interceptada pelo sistema de defesa antimísseis de Israel, e não houve relatos de mortes ou baixas graves. 

O Hezbollah vem disparando foguetes e drones contra Israel desde outubro passado em apoio ao seu aliado, o Hamas, provocando contra-ataques israelenses. Mas Israel aumentou dramaticamente seus ataques ao Hezbollah na semana passada, aumentando os temores de que a luta atual possa se transformar em uma guerra em larga escala envolvendo tropas terrestres.  

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse ao público israelense para esperar "dias complicados". Autoridades libanesas disseram que mulheres e crianças estavam entre as vítimas dos ataques israelenses na segunda-feira, mas não disseram quantos dos mortos eram militantes do Hezbollah.

Na noite de segunda-feira, Israel realizou um ataque aéreo em Beirute na tentativa de assassinar Ali Karaki, um dos principais líderes do Hezbollah, de acordo com três autoridades israelenses atuais e antigas com conhecimento da operação, que falaram sob condição de anonimato para discutir decisões militares.  

Nos últimos meses, Israel assassinou muitos comandantes seniores do Hezbollah. Na sexta-feira, a força aérea de Israel matou Ibrahim Aqeel, outro líder veterano, junto com vários outros comandantes seniores dos comandos de elite do grupo, em um bombardeio em um prédio residencial em Beirute que matou e feriu dezenas. 

Os ataques de segunda-feira foram a mais recente tentativa de Israel de quebrar a determinação do grupo, após operações clandestinas na semana passada que explodiram os dispositivos sem fio do Hezbollah, matando 37 pessoas e ferindo milhares.  

Mas até agora Israel falhou em forçar o Hezbollah a recuar. O vice-chefe do grupo prometeu no domingo continuar atacando até que Israel encerre sua campanha militar contra o Hamas em Gaza.